Corria o ano de 1484, quando a rainha D. Leonor
(esposa de João II de Portugal), durante uma viagem de Óbidos à Batalha, avista
várias pessoas do povo a banharam-se numa água com odor intenso. Dado que o
acto de tomar banho, naquela época, não era comum, a rainha interroga a sua
comitiva sobre o porquê daquelas pessoas o fazerem e, para cúmulo, escolherem
água tão fedorentas para esse efeito!
A reposta foi simples e curta:
- São doentes, sua majestade, e estas águas possuem
poderes curativos.
A rainha que também padecia de algumas maleitas
(uns dizem que tinha uma úlcera, outros dizem que tinha problemas de pele),
resolveu experimentar as águas e … curou-se. E é assim que surge em 1485 o Hospital Termal das Caldas da
Rainha.
Fonte: https://imagens.publicocdn.com/imagens.aspx/907003?tp=UH&db=IMAGENS |
Junto ao Hospital
Termal Rainha D. Leonor encontrarás a Igreja
de Nossa Senhora do Pópulo é da autoria do Mestre Mateus Fernandes (arquitecto do
Mosteiro da Batalha durante mais de 25 anos!) e possui um estilo pertencente ao
período pré-manuelino com opções decorativas tipicamente góticas. Os seus elementos principais (nave e capela-mor)
ficaram concluídos em 1500, quando o templo foi elevado a Igreja Matriz, em
1510, foi terminada a sua torre sineira e colocada a pia baptismal.
Caldas da Rainha - Igreja da Nossa Senhora do Pópulo |
Próximo encontra-se também o Parque D.
Carlos I (em homenagem ao último rei de Portugal), onde hoje podes por
entre árvores seculares e um jardim romântico, desfrutar de restaurante-bar
com esplanada, um parque de merendas, um campo de ténis e um lago para um
bonito passeio de barco.
Caldas da Rainha - Parque D. Carlos I |
Os Pavilhões construídos em tijolo, pedra, vigas
de ferro e cerâmica (bastante inovador para o século XIX!) são um projecto
do visionário engenheiro e arquitecto Rodrigo Berquó. Este complexo deveria
albergar uma estância termal com enfermarias, uma galeria com 55 m de comprimento, instalações sanitárias
e até, imaginem só … um observatório meteorológico! Contudo, Berquó teve um súbito ataque cardíaco e
acabou por falecer. As obras pararam, o sétimo pavilhão e o observatório meteorológico ficaram por construir, mas o espaço não
ficou inutilizado, alojou a Escola de Boéres (entre 1901 e 1902), o
Regimento de Infantaria N.º 5 (entre 1918 e 1926 e novamente entre 1927 até ao
início da década de 50), o Posto de Turismo, a redacção do Jornal “Gazeta das
Caldas”, diversas associações, uma biblioteca, a Escola Técnica Empresarial do
Oeste e desde 2005 … alberga pombas e restantes familiares com penas, uma vez
que se encontra abandonado.
Caldas da Rainha - Parque D. Carlos I |
No parque também poderás encontrar o Museu José
Malhoa com diversas obras do seu patrono, uma colecção de pintura e
escultura dos séculos XIX e XX, uma
secção dedicada à cerâmica da Caldas e o conjunto único de 60 esculturas de
terracota da “Paixão de Cristo”. Podes visitar o museu de Outubro a Março (10h-12h30
| 14h-17h30) e de Abril a Setembro (10h - 19h). Encerra às segundas-feiras,
no dia 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. A entrada é gratuita no 1º Domingo de
cada mês e nos restantes dias o preço (taxa normal) é 3€.
Caldas da Rainha - Parque D. Carlos I, Museu José Malhoa |
Se visitares a cidade pela manhã, na Praça da
República, conhecida popularmente como a “Praça da Fruta”,
encontrarás um mercado ao ar livre, o único mercado diário horto-frutícola do
país, praticamente inalterável desde o final do século XIX. Boas compras!
Caldas da Rainha - Praça da República |
O que mais posso visitar nas Caldas da
Rainha?
Museu do Hospital e das Caldas
Localizado na “Caza
Real”, local onde a Rainha D. Leonor pernoitava sempre que visitava as Caldas,
o museu tem como espólio pinturas, esculturas, talha, ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, documentos
gráficos e instrumentos médicos e científicos do séc. XX. Visitas de terça a
sexta-feira (10h-12h30 | 13h30-17h), Sábado (10h-12h30 | 14h-17h30),
Domingos e feriados (9h-12h). Encerra às segundad e nos feriados de 1 de
Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro. O bilhete (normal)
custa 3€.
Museu do Ciclismo
Reúne peças relativas à história do ciclismo no país.
Pode ser visitado de terça a sexta-feira (10h-12h30 | 14h-17h30), Sábado
e Domingo (10h-12h30 | 14h30-17h). A entrada é livre.
Museu da Cerâmica
Criado oficialmente em 1983, está
instalado na Quinta Visconde de Sacavém (um palacete romântico,
rodeado de jardins e lagos). Possui uma colecção de cerâmica organizada de
forma temática abrangendo o período do séc. XVI a XX e compreende os seguintes
núcleos de cerâmica: contemporânea, representativa dos principais centros,
estrangeira e caldense. Pode ser visitado de 15 de Outubro a 31 de Março (10h
- 18h) e 1 de Abril a 15 de Outubro (10h
- 19h). Encerra às segundas-feiras, no dia 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. A
entrada é gratuita aos domingos e feriados até às 14h, nos restantes dias o
bilhete custa 2€.
Mapa das Caldas da Rainha (itinerário) |
Os doces que não podes deixar de provar:
- as Cavacas
- os Beijinhos
- as Pilinhas …
vê AQUI do que se trata!
Como chegar às Calda da Rainha?
Há 3 alternativas: carro, autocarro e comboio.
As Caldas da Rainha fica a cerca de 90km do aeroporto
internacional da Portela (Lisboa) e utilizando a auto-estrada A8, em menos de 70
minutos chegam à cidade das termas. Se vens da zona norte, a A8 tem ligação com
a A1 (em Leiria) e com a A17.
A rede de Expressos é também uma alternativa viável,
com ligações directas um pouco por todo o país. Consulta o site: http://www.rede-expressos.pt/
Para uma viagem de comboio podes consultar horários e trajectos aqui: http://www.cp.pt
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